A Desconexão entre Tradição e Realidade Reflete em Campo e nas Arquibancadas da Vila Belmiro
A tarde de domingo na Vila Belmiro foi um retrato fiel do momento atual do Santos FC. O 0 a 0 contra o Fluminense, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025, não foi apenas um resultado ruim. Foi a materialização de uma equipe sem brilho, que luta para se encontrar e, o que é mais preocupante, não consegue mais arrastar multidões ao seu estádio.
Os números não mentem: 12.515 torcedores e uma renda de R$ 738.352. Para um clube da grandeza do Santos, que já teve em seus gramados os maiores gênios do futebol, como Pelé, esse é um público deprimente. É um contraste gritante com os rivais da capital, que rotineiramente enchem suas arenas com mais de 40 mil, 45 mil torcedores, transformando cada jogo em uma festa e uma pressão para o adversário.
A mediocridade da atualidade do Santos não é coincidência; é um reflexo direto do que acontece fora de campo. O time, sem inspiração e com resultados decepcionantes, não consegue gerar o apelo necessário para mobilizar a sua vasta torcida. A apatia nas arquibancadas é um espelho da apatia do time, e essa desconexão tem um preço alto. Enquanto os concorrentes se fortalecem financeiramente com bilheterias milionárias, o Santos vê a distância para o topo aumentar, tanto em desempenho quanto em receita.
A grande questão é: por que a Vila Belmiro, outrora o caldeirão de grandes vitórias, se tornou um estádio com público de time “pequeno”? A resposta, complexa, passa por gestão, desempenho esportivo e um planejamento que não parece ter sido eficaz. O clube, que se acostumou a viver de glórias passadas, parece ter esquecido que o futebol se renova a cada temporada.
Para reconquistar sua torcida e voltar a brigar no alto da tabela, o Santos precisa de mais do que bons resultados pontuais. Precisa de um projeto de longo prazo que inspire confiança, dentro e fora de campo. É preciso reacender a paixão, não apenas com o talento de uma nova geração, mas com uma gestão à altura da sua história. Afinal, um gigante não pode ter alma de time pequeno.
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